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“Virgens, com mais de 40, me procuram”: acompanhante de mulheres conta suas experiências

Sansão Barakesan, de 31 anos, conta o que algumas mulheres buscam ao entrar em contato com ele

Mídia Paraíba
Por: Mídia Paraíba Fonte: Por Bárbara Moura
25/01/2025 às 10h10 Atualizada em 25/01/2025 às 10h52
“Virgens, com mais de 40, me procuram”: acompanhante de mulheres conta suas experiências
Sansão Barakesan — Foto: Arquivo pessoal

Sansão Barakesan, 31 anos, trabalha como acompanhante há mais de 10 anos em São Paulo, atendendo somente o público feminino e casais (ainda que, nesse caso, interaja apenas com a mulher).

Acompanhantes como Sansão cumprem vários papéis, e são procurados tanto para serem uma companhia, quanto para o sexo em si. Em conversa com a GQ Brasil, ele contou mais sobre o que aprendeu com o ofício.

O que as mulheres buscam

 

Ainda que geral, o primeiro conselho do acompanhante dá é o de simplesmente ser um cara bacana. "É preciso ter a mente aberta, não dá pra ser machista, não dá pra ser possessivo. Isso não existe, nós nascemos livres", opina.

O que muitas mulheres buscam ao ir atrás de um profissional como Sansão reflete também uma série de queixas sobre o comportamento dos homens: a falta de diálogo surge como um dos maiores problemas apontados pelas suas clientes.

"Há aquele cara que era uma pessoa e, depois que casou, virou outro homem", diz. "Tem muitas mulheres que falam que depois de um tempo de relacionamento, não recebem tanta atenção e carinho como no início".

Ele conta que, em 2021, ele chegou a consultar com a sexóloga Erika Thinen para entender como se protar com uma crescente na discussão a respeito de papéis de gênero. "Ela me orientou de como flertar com uma mulher nos tempos de hoje, como se adaptar, como agradar e saber chegar em um assunto legal", explica.

"O primeiro passo foi me desconstruir, nós homens temos um aprendizado meio machista, infelizmente. Aprendi a ouvir mais as mulheres, a ser um homem mais sensível e prestativo", lembra.

Quais mulheres buscam um acompanhante

 

Sansão explica que mulheres em diversas situações o procuram."Algumas tem casamentos horríveis e sofrem com homens machistas, agressivos. Têm maridos que xingam, colocam a mulher para baixo, uma tortura psicológica", diz.

"Mulheres virgens, com mais de 40 anos também me procuram, por ainda terem medo de se relacionar", adiciona Sansão. Outro perfil são de clientes que sofreram acidentes, ou que foram diagnosticadas com alguma doença como o câncer, e foram abandonadas por seus parceiros.

"O que eu estou achando mais legal na minha carreira atualmente, é que pessoas com deficiência tem me procurado, como cadeirantes, por exemplo. Não é porque a pessoa sofreu um acidente, que ela deixou de ser bonita, de ter seus desejos. Muitos homens abandonam suas esposas que ficaram paraplégicas, tetraplégicas, cegas... Acho que ninguém merece ficar sozinho".

Muitas das clientes entram em contato não necessariamente para ter relações sexuais. "Tem muitas mulheres que me procuram falando que gostariam de tomar um café, de almoçar, passar um fim de semana, conversar com alguém bacana, que a entendesse. Geralmente, estão na faixa dos 45, 50 anos".

Sansão acrescenta que as mulheres correm muitos riscos ao se relacionar com alguém que não conhece, como num aplicativo de relacionamento: "É melhor contratar um acompanhante, que vai te respeitar, garantir uma noite boa de sexo, do que um babaca que futuramente pode te agredir, te diminuir ou fazer algo pior".

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