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Envenenamento por arsênio causou morte de pessoas que comeram bolo no RS, confirma polícia; nora de quem fez o bolo está presa

Mulher é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.

Mídia Paraíba
Por: Mídia Paraíba Fonte: Por RBS TV e g1 RS/MIDIA PARAÍBA
06/01/2025 às 12h03 Atualizada em 06/01/2025 às 12h21
Envenenamento por arsênio causou morte de pessoas que comeram bolo no RS, confirma polícia; nora de quem fez o bolo está presa
Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar bolo que matou três pessoas no RS — Foto: Divulgação

A Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira (6) que envenenamento por arsênio foi a causa da morte de três pessoas após comerem um bolo em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul. O caso aconteceu em 23 de dezembro de 2024 (saiba mais abaixo).

A nora da mulher que preparou o bolo foi presa temporariamente no domingo (5) por suspeita de ser a responsável pelo crime. Ela foi identificada pela Justiça do RS como Deise Moura dos Anjos. Ela está 

identificada pela Justiça do RS como Deise Moura dos Anjos. Ela está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.

A prisão tem validade de 10 dias – prazo que deve ser usado pela polícia para concluir a investigação. Os advogados de Deise disseram que vão se manifestar "em momento oportuno".

De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas.

"Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior", diz Marguet.

De acordo com Marguet, foram coletadas 89 amostras na casa de mulher que fez o bolo. Uma amostra, de farinha, apresentou a concentração de arsênio.

 

Motivação para o crime

 

Coletiva de imprensa do caso do bolo envenenado em Torres — Foto: Vítor Rosa/RBS TV

Coletiva de imprensa do caso do bolo envenenado em Torres — Foto: Vítor Rosa/RBS TV

O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda de que são "robustas as provas que apontam que ela (Deise Moura dos Anjos) é a autora [dos crimes]". No entanto, não divulgou detalhes das provas, inclusive o motivo para o crime, porque isso pode atrapalhar a investigação.

"Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso", afirma o delegado Veloso.

A Polícia Civil investiga, ainda, quem era o alvo de Deise ao envenenar o bolo, como ela obteve arsênio e em que momento ele foi colocado na farinha.

Os envenenados

 

De acordo com o último boletim médico, a mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, está hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também comeu o bolo recebeu alta na sexta-feira.

Bolo de Natal no RS: três das pessoas que comeram, morreram: Neuza, Maida e Tatiana. — Foto: Reprodução/TV Globo

Bolo de Natal no RS: três das pessoas que comeram, morreram: Neuza, Maida e Tatiana. — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Gosto estranho

 

As pessoas que consumiram o bolo notaram um gosto estranho ao ingerir o doce, segundo o delegado Marcus Vinícius Veloso. O alimento, com sabor apimentado desagradável, foi percebido logo nos primeiros pedaços. Zeli chegou a interromper o consumo ao perceber as reclamações.

 

 

"Tão logo o menino de 10 anos comeu e também reclamou do sabor, ela meio que colocou a mão assim em cima do bolo, [e falou] 'e agora ninguém mais come'. E as pessoas começaram a passar mal naquele momento", diz o delegado.

 

O marido de Neuza, que não consumiu o bolo, não apresentou sintomas. E o marido de Maida comeu o bolo, foi hospitalizado, mas já teve alta. Os nomes deles não foram oficialmente divulgados.

 

Relembre o caso

 

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo. Zeli, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".

Segundo o delegado Marcus Vinícius Veloso, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela.

 

 

O que é arsênio

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exames identificam arsênio no sangue de pessoas que comeram bolo

Conforme André Valle de Bairros, professor de Toxicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o arsênio é o elemento químico, enquanto arsênico é denominado para o composto trióxido de arsênio.

 

"O arsênico trata-se da forma mais tóxica. A partir de 100 mg é possível a morte de um indivíduo adulto. Geralmente, o arsênico está na forma de pó e não tem cheiro ou gosto. Apesar de ter sido usado como raticida, esta droga pode ser empregada para fins de tratamento oncológico em pacientes com leucemia promielocítica aguda e é comercializada como Trisenox", explica o especialista.

Bairros assinala que arsênico é proibido de ser comercializado no Brasil como raticida e o uso como agente quimioterápico é restrito.

"O arsênio é um elemento de alta toxicidade conhecida pela humanidade e sempre houve um certo temor. Há locais no globo terrestre ricos em arsênio, e isso contamina fontes de água. Mas é algo que precisa ser muito investigado. Há literatura científica, e de fato, há essa contaminação em leite, carne e frutas, porém, o fato de estar expostos a concentrações maiores de arsênio não significa necessariamente uma intoxicação", acrescenta.

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