A Polícia Civil apresentou, nesta quarta-feira (30), detalhes da prisão do médico André Lorscheitter Baptista, suspeito de matar a esposa, Patricia Rosa dos Santos, usando medicação restrita a hospitais em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo o delegado Arthur Hermes Reguse, o investigado é uma "pessoa fria, desconexa e com dificuldade de se expressar".
Preso médico suspeito de matar a mulher em Canoas
Para induzir a enfermeira Patricǰia Rosa dos Santos ao sono, ele teria aplicado uma quantidade de Zolpidem em um sorvete (saiba mais sobre o medicamento abaixo).
A RBS TV procurou a defesa do suspeito, que disse que irá se manifestar após ter acesso ao inquérito. No entanto, o suspeito alega que não matou a mulher.
O delegado responsável pelo caso, Arthur Hermes Reguse, afirma que, após levar a vítima ao sono, o suspeito aplicou medicamentos de uso restrito que resultaram na morte dela, na residência do casal. A investigação trata a morte da enfermeira, ocorridaem 22 de outubro, como feminicídio.
Nós acreditamos que ele usou Midazolam para fazer a vítima não sentir dor e o Succitrat para matá-la, que é uma medicação que exige ventilação imediata", explica Reguse, já que os remédios exigem a intubação do paciente para evitar a morte.
A polícia afirma que no dia da morte, por volta das 8h, o médico ligou para a familiares de Patrícia comunicando a morte da enfermeira. Ao chegarem na residência do casal, ele apresentou um atestado de um outro médico do SAMU, que informava como causa da morte infarto agudo no miocárdio. A família desconfiou da versão.
No dia da morte, Andre foi levado à delegacia, onde permaneceu em silêncio, segundo a polícia.
Uma perícia realizada na casa apontou que a cena estava diferente da versão do suspeito, segundo o delegado.
Indicada para tratamentos com o prazo máximo de quatro semanas, a droga age no sistema nervoso central e induz o sono em menos de 30 minutos.
O aumento do número de relatos de uso irregular e abusivo relacionados ao Zolpidem fez com que o medicamento ganhasse uma nova classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde agosto, a disponibilização só é permitida mediante prescrição médica do tipo azul, de controle mais rigoroso que a tarja vermelha (como eram comercializadas as caixas com doses de 5mg e 10 mg até então).
Anvisa aprova resolução mais rígida para prescrição do zolpidem